Brasil | Infraestructura de Carga
miércoles 19 de julio de 2023
«O desafio são os edifícios»: os planos de infraestrutura de carga para veículos elétricos da Neoenergia
Pertencente ao grupo espanhol Iberdrola, a Neoenergia está presente no Brasil desde 1997 e atualmente é uma das líderes do setor elétrico no país. Luiz Henrique Cruz, gerente de Mobilidade Elétrica da empresa, comenta a situação atual do setor ao Portal Movilidad.
A Neoenergia está presente no Brasil desde 1997 e atualmente é uma das líderes do setor elétrico no país.
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Neoenergia está presente em 18 estados do Brasil e no Distrito Federal, atuando nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia.

Atualmente, a empresa possui seis carregadores semirrápidos de 22 kW instalados em shoppings com conectores AC Tipo 2 e 11 carregadores rápidos em estradas, cada um com 3 conectores, sendo um AC Tipo 2 e dois DCs, CCS2 e CHAdeMO.

Estes últimos fornecem até 50 kW e permitem o carregamento simultâneo de até dois veículos.

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Luiz Henrique Cruz, gerente de Mobilidade Elétrica da Neoenergia

Luiz Henrique Cruz, gerente de Mobilidade Elétrica da empresa, antecipa os planos da empresa em contato com o Portal Mobilidade.

Quais são as perspectivas de crescimento da empresa até 2024?

Em primeiro lugar, o Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento «Corredor Verde», aprovado no chamado estratégico 22 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), entregou uma das maiores eletrovias do Brasil.

Com 1.200 quilômetros de extensão, permite que os usuários de veículos elétricos viajem de Salvador a Natal, conectando 6 estados brasileiros e mais de 70 municípios.

E como parte desse programa, instalaremos 12 pontos de recarga na ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, onde a circulação de veículos a combustão não será permitida a partir de 2030.

Além disso, forneceremos veículos elétricos para atividades do comércio turístico, administração do distrito e forneceremos usinas de energia solar para alimentar os pontos de recarga.

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Qual tem sido a recepção dos usuários na linha residencial?

Com o crescimento constante da frota de veículos elétricos no Brasil, a venda de soluções de recarga para clientes residenciais está se tornando cada vez mais comum.

Normalmente, são instalados carregadores de carga lenta de até 7,4 kW, pois, na maioria dos casos, essa potência não afeta a entrada de energia local.

O grande desafio nesse nicho está nos edifícios, pois os condomínios desejam desenvolver soluções padronizadas para que os moradores possam instalar os carregadores em suas vagas de estacionamento.

Quais são as barreiras lá?

Muitas vezes, essas soluções são caras e não são aprovadas em assembleia, pois o número de moradores interessados ainda é baixo.

Neoenergia-puntos de carga

Pontos de carregamento Neoenergia

E em prédios mais antigos, geralmente, a demanda de energia disponível não é suficiente para suportar muitos carregadores, sendo necessário avaliar soluções de controle de demanda.

No entanto, com a evolução da mobilidade elétrica, as construtoras estão começando a planejar a entrega de novos empreendimentos para atender a essa necessidade.

Você planeja adicionar novos serviços ao seu portfólio?

Sim, já construímos uma área comercial que oferece soluções completas para a mobilidade elétrica em todo o território nacional.

Atendemos desde clientes residenciais até eletrificação de frotas, compreendendo as necessidades de cada cliente e propondo a melhor solução em termos de qualidade, carregadores, design, instalação, operação e manutenção, além de aplicativos e plataformas para a gestão remota das estatísticas de carga.

Nossas soluções são comercializadas em venda ou aluguel, o que torna a eletrificação viável mesmo para clientes que não podem ou não desejam fazer todo o investimento de forma imediata.

Estamos prontos para incorporar outras soluções energéticas à solução de carga, como geração solar, infraestrutura elétrica e energia no ambiente de contratação livre.

É necessária uma regulamentação de padronização no Brasil?

Sim, no Brasil, a disponibilidade de estações de carga pública ainda é baixa, e a variedade de conectores limita ainda mais a possibilidade de carga para os consumidores de veículos elétricos.

A grande maioria dos pontos de carga AC no Brasil utiliza o conector Tipo 2, que também é o mais comum nos veículos elétricos disponíveis aqui.

Nos pontos de carga rápida DC, é comum encontrar os conectores CCS2 e CHAdeMo.

Entendemos que muitos fatores desafiam a padronização dos conectores, como a força do mercado chinês com o uso do padrão GB/T, mas se a padronização ocorrerá, será resultado de uma decisão tomada por fabricantes e consumidores.

Enquanto isso, é necessário que os proprietários de veículos elétricos utilizem aplicativos que indiquem os conectores disponíveis em cada ponto de carga.

O que você pensa sobre uma possível regulamentação da infraestrutura de carga?

Seria importante para estimular o crescimento em todo o território nacional, pois a infraestrutura não está acompanhando o ritmo de crescimento do mercado de veículos elétricos.

O Projeto de lei nº 710/2023 estabelece a obrigatoriedade de pontos de carga para veículos elétricos e híbridos em estacionamentos privados de uso coletivo e em estacionamentos e vias públicas.

No entanto, um dos principais desafios para a mobilidade elétrica no Brasil é a falta de estações de carga em locais tanto públicos como privados.

Uma rede de carga mais estruturada seria um incentivo para que mais usuários façam a transição para veículos elétricos.

Neoenergía-

A geração de energia elétrica no Brasil vem de fontes sustentáveis, o que torna o mercado de mobilidade elétrica ainda mais viável.

E em relação ao pagamento pela carga?

Entendemos que foi publicada a Resolução Normativa nº 819/2018, que autoriza o carregamento de veículos elétricos por outras empresas.

No entanto, ainda é necessário aprimorar a legislação atual definindo a natureza jurídica da atividade de carga e o correspondente impacto tributário decorrente dessa definição.

Você faz parte da Iberdrola… Que medidas se destacam na Europa?

Na Europa, existem plataformas de interoperabilidade em que os operadores compartilham seus pontos de carga, e diferentes provedores de serviços podem incluí-los em seus aplicativos, oferecendo um serviço mais completo aos seus clientes.

E na Espanha, existe o Programa MOVES, que fornece subsídios tanto para a compra de veículos elétricos quanto para a implementação de infraestrutura de carga.

São ideias que podem ser consideradas para o Brasil.

Vocês consideram o uso de hidrogênio para o transporte no Brasil?

Poderia ser uma opção viável, e estamos trabalhando em iniciativas com essa solução.

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