Brasil | Vehículos Eléctricos
jueves 21 de marzo de 2024
Fabricado no Brasil. É assim que Lula «conquista» investidores para incentivar a produção local de veículos elétricos
O Brasil é um mercado atraente devido ao volume e à infraestrutura. O programa apresentado por Lula está dando frutos e mais de uma dezena de montadoras anunciaram investimentos milionários nos últimos meses.
Lula veículos elétricos
As políticas de Lula no Brasil incentivaram grandes investimentos como Stellantis e Volkswagen.
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O Governo Lula da Silva intensifica esforços para promover a produção de veículos elétricos no Brasil. Medidas são anunciadas e chegam investimentos de pesos pesados ​​do setor automotivo.

O roteiro é claro: o Estado como indutor de investimentos, tarifas de importação de veículos elétricos e híbridos e benefícios fiscais para empresas que fabricam no país. 

Apesar das mudanças no governo e dos seus altos e baixos, o Brasil aproveita um momento chave para modernizar as fábricas, lançar as bases para a eletrificação e atrair a atenção do mundo. 

Desde que o programa MoVer (Mobilidade Verde) foi anunciado em janeiro de 2023 –que entrou em vigor este ano– o gigante sul-americano bateu recordes de investimento. 

Os desembolsos totalizam 19 bilhões de dólares –nem todos para a fabricação de veículos elétricos ou híbridos– que são distribuídos entre mais de uma dezena de players:

– Stellantis: 6 bilhões de dólares 

– Volkswagen: 3,2 bilhões de dólares

– Toyota: 2,2 bilhões de dólares 

– Great Wall Motors: 2 bilhões de dólares 

– General Motors: 1,4 bilhão de dólares

 – Hyundai: 1,1 bilhão de dólares

 – Renault: 1 bilhão de dólares 

– Caoa: 908 milhões de dólares 

– BYD: 605 milhões de dólares 

– Nissan: 565 milhões de dólares –BMW: 100 milhões de dólares

O programa impõe novas regras para a indústria automotiva brasileira. E a produção se atualiza nesta transição irreversível liderada por Estados Unidos, China e Europa

“O nosso papel é garantir a estabilidade política, económica, fiscal e jurídica, e que tenhamos previsibilidade da nossa política. Esses são os ingredientes do sucesso”, afirma Lula.

Embora seja verdade que nem todos os produtos estão diretamente relacionados com veículos híbridos ou elétricos. A Renault produzirá o novo SUV Kardian com motor a combustão, a Nissan renovará o KICKS e a Great Wall uma picape de médio porte. 

O que é dito baixinho? Embora a retomada da tarifa sobre produtos importados aumente o valor final do produto e possa desestimular as vendas, há otimismo no setor. 

Os importadores estocaram assim que anunciaram a medida, para manter preços competitivos, e no longo prazo o “Made in Brazil” prevalecerá. Claro, sem romper os laços com o exterior.

Leia mais: Stellantis anuncia investimento de US$ 6 mil no Brasil e promete produção de veículos elétricos

Lula pisca para o lítio 

O plano amplia as exigências para descarbonizar a frota automobilística e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística. 

Para tanto, o Governo também está empenhado em transformar o Brasil em um centro fabricante de baterias elétricas. A lógica é a mesma: criar incentivos para estimular os investimentos privados. 

Na verdade, a região mineira é muito propícia à exploração do lítio, o DNA das baterias. Cerca de 85% das reservas do Brasil, quinto maior produtor mundial de lítio, estão nesta região. 

Para atrair investidores estrangeiros, em Maio passado as autoridades locais lançaram o conceito de “Vale do Lítio” na sede da Nasdaq. 

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a estratégia é mais que viável.

 As fabricantes de carros elétricos estão numa verdadeira corrida para garantir investimentos em minas e hoje participam até de empresas do setor.

Leia mais: Lula prepara medidas para estimular produção nacional de ônibus elétricos

Ônibus elétricos com selo local

A produção local de ônibus elétricos é outro nicho em que Lula aposta. Tal como acontece com o lítio, estão a ser preparadas medidas para reforçar esse mercado.

Teriam, no entanto, exigências de conteúdo local, atreladas à nova política industrial defendida pela atual gestão.

Em meados do ano passado, Lula inaugurou a maior fábrica de ônibus elétricos: a Electra. Tem capacidade para produzir 1.800 unidades por ano e busca abastecer o mercado nacional.

No Brasil, a chinesa BYD tem outra unidade de produção de ônibus em Campinas e a Higer Bus, também asiática, está construindo uma fábrica em Fortaleza para a mesma linha de veículos de transporte público.

«Nossa aliança com a China é muito importante, mas prefiro que os ônibus domésticos sejam comprados», diz o presidente.

O objetivo é tornar a Electra «a maior empresa de veículos elétricos para transportes públicos com tecnologia totalmente nacional».

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