A Bahia parece ter abraçado definitivamente a eletrificação de sua frota de veículos. Depois de Camaçari ser confirmada como sede da futura fábrica da BYD, agora chegou a vez da capital do estado, Salvador, dar um passo importante rumo à transição energética.

A prefeitura da cidade, em parceria com a Nansen, empresa especializada em infraestrutura para mobilidade elétrica, inaugurou o maior terminal público para recarga de ônibus elétricos do Brasil.

O projeto, encabeçado pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) integra o sistema BRT (Bus Rapid Transit), custou R$ 4 milhões aos cofres públicos e engloba a instalação de 10 terminais de recarga, com potência de 160 kWh e capacidade para recarregar 20 ônibus simultaneamente em até três horas e meia.

Fabrizzio Muller, secretário de Mobilidade do município, ressaltou aos jornalistas que acompanharam a inauguração a importância da iniciativa de Salvador em prol da eletromobilidade, mas destacou que outras cidades do país precisam seguir o exemplo dado pela capital baiana e, anteriormente, por São Paulo.

«A eletromobilidade no Brasil ainda é muito incipiente. Se a gente for olhar para a América do Sul, já temos cidades mais avançadas como Bogotá, que hoje tem 1,5 mil ônibus elétricos. O Brasil inteiro hoje tem apenas 90. São Paulo está entregando mais 50, mas ainda é muito pouco para o potencial do país. Acho que se o poder público não entrar de fato para ajudar nessa transição, que é o que nós estamos fazendo aqui, com 100% de recursos próprios, a gente não conseguirá chegar à eletromobilidade de forma consistente».

Flávio Pimenta, gerente de Mobilidade Elétrica da Nansen, concordou com a análise do secretário de Mobilidade de Salvador e avisou que a empresa está pronta para suprir a demanda de outras capitais interessadas em implantar terminais de recarga para ônibus elétricos a partir de agora.

«Em meio ao avanço da eletrificação veicular no país, a implantação do terminal de Salvador é uma tendência que deverá ocorrer nos principais centros urbanos do Brasil, e a Nansen está pronta para atender estas demandas».

A empresa ressaltou que, a exemplo do que fez em Salvador, tomará conta dos futuros projetos «do início ao fim». Isso engloba a implantação dos pontos de recarga, a conexão com a fornecedora de energia e as eventuais subestações além, claro, do fornecimento e da instalação dos carregadores, além do acompanhamento pós-obras.