O Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável (IBMS) promove a educação no setor e promove a adoção de melhores práticas para a mobilidade. Abrange tanto a gestão de frotas eléctricas como o conhecimento técnico.
Em resumo, o IBMS se concentra em fomentar a inteligência do desenvolvimento da eletromobilidade no Brasil através de ações acadêmicas.
Ricardo Guggisberg, presidente da instituição, em conversa com o Portal Movilidad, opina sobre o estado atual da mobilidade elétrica no Brasil.
Quais são os obstáculos com que se defronta a mobilidade elétrica?
Alguns desafios incluem uma infraestrutura de carga limitada, com escassez de estações públicas de carregamento.
Por outro lado, o alto custo de aquisição de veículos elétricos e as preocupações sobre a autonomia destes.
Além disso, consideramos que é necessário investir na investigação e desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia e em baterias mais eficientes.
Neste sentido, a falta de políticas públicas e regulamentações claras para promover a transição e promover a infraestrutura necessária, e barreiras burocráticas, dificultam a adoção.
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Em que iniciativas está a IBMS a trabalhar para incentivar a adoção?
Uma pesquisa identificou que dos mais de 5.500 municípios brasileiros, praticamente metade ainda não possui um plano de mobilidade urbana. Isto permitiria uma melhor gestão do tráfego nas cidades.
Por isso, trabalhamos no Plano Padrão de Mobilidade Urbana que lhes ofereceremos e que se adaptará a estas cidades para promover seu desenvolvimento.
Este plano é uma demanda obrigatória em todos os municípios brasileiros e é uma de nossas iniciativas.
Quais são os seus objectivos e planos a curto e médio prazo?
O nosso objectivo é acelerar o desenvolvimento sustentável dos transportes nacionais através da educação.
Abarcamos desde veículos pesados e leves até ultra leves, bem como serviços de infra-estrutura e componentes.
Continuaremos a promover estudos e eventos para melhorar a regulamentação aplicável.
Além da partilha inteligente de veículos e logística, porque acreditamos que assim contribuímos para o avanço do desenvolvimento de infra-estruturas de carga e instalações elétricas.
Qual é a posição da IBMS a respeito da regulamentação e das políticas públicas?
As principais medidas seriam o uso de frotas elétricas por órgãos governamentais; a criação de a criação de um bônus de aquisição de Veículos Elétricos; a criação do ICMS do veículo elétrico; a isenção do IPVA, do pedágio e do pagamento nos estacionamentos públicos.
Também a redistribuição de vias públicas nas grandes cidades, valorizando o transporte individual e micromobilidade. Além da criação de Zonas de Descontaminação em grandes Centros, permitindo que só veículos de baixa emissão passem por elas, como funciona em Londres.
O que opina das declarações de Lula da Silva sobre o fabrico de veículos eléctricos no país?
O presidente Lula declarou que defende a sustentabilidade ambiental dos veículos elétricos e que o Governo Federal apoiará a produção de automóveis elétricos aqui.
Isto vem ao encontro do que acreditamos ser benéfico para o nosso mercado e poderá ajudar fortemente a impulsionar o avanço da eletromobilidade no Brasil.
Qual é a estratégia para aumentar as infraestruturas no Brasil?
Divulgar os benefícios, a eficiência, as economias geradas, entre outros, pela utilização de transportes sustentáveis.
Como é que analisa a evolução do mercado?
Em princípio, há um crescimento marcado. O mercado de veículos eletrificados está crescendo no Brasil, passando de 117 unidades registradas em 2012 para mais de 100 mil em 2022.
Só no ano passado, as matrículas de automóveis e veículos comerciais ligeiros eléctricos aumentaram 195% em comparação com o ano anterior.
E o segmento de motocicletas elétricas cresceu ainda mais, quase 347% em relação a 2021.
Isto impulsiona fortemente a demanda de todo o ecossistema da eletrificação e requer iniciativas e programas mais sólidos tanto por parte do setor privado como do governo.