Siemens oferece no mercado de eletromobilidade no Brasil soluções completas para infraestrutura de recarga que combinam softwares inovadores e produtos de alto desempenho.
Atualmente, sua carteira abrange o projeto e o software de gestão de produtos com ampla cobertura para veículos leves e pesados para recarga em residências, garagens, rodovias, empresas, prédios públicos, estações de recarga e centros comerciais, entre outros.
Paulo Antunes, diretor de Mobilidade Elétrica da Siemens, em conversa com o Portal Movilidad, revela detalhes dos projetos e investimentos da empresa em infraestrutura de recarga:
Em qual segmento de mercado vocês estão focados para a instalação dos carregadores?
Estamos atuando em espaços públicos, como rodovias, mercado residencial, empresas e estacionamentos.
Além disso, em termos de opções de recarga, teremos um novo modelo de negócio que une a Siemens e a Brasol, uma empresa com capital da Siemens.
Trata-se de um serviço personalizado para veículos elétricos e geração de energia solar limpa na modalidade «Carga como Serviço».
Com ele, o cliente do setor industrial ou comercial fica isento da compra e gestão dos equipamentos da Siemens, sendo responsabilidade da Brasol durante o período de contratação.
Vocês estão negociando com fabricantes de veículos elétricos?
Sim, com certeza. A Siemens eMobility® está trabalhando atualmente com a Ford no Ford Charge Station Pro, um carregador de veículos elétricos personalizado para a Ford F-150 Lightning.
Esse modelo inovador é a primeira solução de veículos elétricos pronta para uso bidirecional que será lançada em grande escala.
E receberá certificação de acordo com a recém-ampliada Underwriters Laboratories 9741, uma referência importante em toda a indústria que garante que os produtos atendam aos padrões de segurança.
Além disso, a nova estação de recarga possui uma potência de pico de 19,2 kW, tornando-se a classificação de potência máxima atualmente disponível para uma estação de recarga de Nível 2.
O Ford Charge Station Pro é necessário para habilitar o Ford Intelligent Backup Power, um sistema que permite que a Ford F-150 Lightning se torne uma parte interativa da casa e seja usada como fonte de geração de energia durante interrupções.
É o primeiro caminhão elétrico a fazer isso e futuramente serão disponibilizados recursos adicionais por meio de atualizações para o carregador, permitindo que os clientes interajam ainda mais com a rede.
Vocês têm espaço para veículos de carga pesada?
A família de produtos SICHARGE UC é ideal para veículos utilitários, como caminhões, vans e ônibus elétricos.
Isso proporciona uma solução técnica que se adapta às necessidades específicas e garante a máxima disponibilidade da frota.
E oferece ao mercado múltiplas opções de conexão, módulos de construção modular e a liberdade de escolher entre dispensadores para carregar até cinco veículos sequencialmente.
Vocês planejam carregadores com mais de um megawatt?
Sim, atualmente estamos trabalhando em projetos para desenvolver o conceito de Megacharge, que permite o carregamento de até 3,2 MW de potência para veículos pesados.
Essa tecnologia inovadora viabilizará o uso em aplicações de longa distância para veículos pesados.
Além disso, a empresa está desenvolvendo soluções sem fio em parceria com a Witricity, com o objetivo de aumentar consideravelmente a comodidade do processo para o usuário final.
Sem dúvida, a Siemens fornece, além dos carregadores, toda a solução de média e baixa tensão para conexão de alta potência às redes de energia das distribuidoras.
Portanto, desenvolvemos e fornecemos tecnologia para a solução completa de recarga rápida e ultrarrápida.
E em relação ao segmento de carregamento ultrarrápido?
Temos um modelo para espaços públicos chamado Sicharge D.
Ele possui potências que variam de 160 kW a 300 kW, e sua característica diferencial é o cabo, que suporta até 400 amperes de pico. Isso significa um carregamento real de 150 kW para vários modelos de veículos elétricos disponíveis no Brasil.
O principal benefício dessa unidade é a capacidade de recarregar a bateria de 20% a 80% em cerca de 20 minutos, proporcionando um nível de conforto de uso muito semelhante ao de um veículo a combustão que é abastecido em poucos minutos.
E em relação ao carregamento lento?
Atualmente, temos o VersiCharge AC de 7 kW e 22 kW em operação desde 2022 nas instalações da Siemens em São Paulo e Jundiaí, para carregar os veículos elétricos da frota da empresa.
Estamos introduzindo-o no mercado residencial, comercial e em estacionamentos, permitindo carregamentos residenciais rápidos.
Tomamos como exemplo os estacionamentos de nossas empresas, como os localizados em Anhanguera e Jundiaí, ambos no estado de São Paulo, que têm sido bem recebidos.
Quais tendências você prevê na infraestrutura de carregamento?
Certamente nos próximos anos veremos um cenário em que os veículos serão carregados em locais diferentes dos postos de combustível comuns hoje em dia.
Os carros de passeio poderão ser recarregados em suas próprias residências, no local de trabalho das pessoas e eventualmente nas estradas.
Como resultado desse aumento na parte elétrica das instalações, as empresas de transporte de carga ou passageiros e os frotistas em geral terão que melhorar suas estruturas.
Embora já existam soluções projetadas para esse fim, como a instalação de subestações compactas completas na própria garagem ou local de carregamento, buscar-se-á otimizar o fornecimento de energia.
Para onde os investimentos em infraestrutura devem ser direcionados?
Nossa expectativa é que a mobilidade elétrica se concentre nas grandes cidades neste momento, principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil. Com carregadores para estradas, estabelecimentos comerciais e também hubs para atender frotas de «veículos de aplicativos» e veículos utilitários pequenos.
O que você acha do progresso da interoperabilidade e padronização dos sistemas de carregamento no Brasil?
Observamos uma grande predominância do padrão IEC, europeu, nos carregadores públicos e na maioria dos veículos.
Atualmente, aqueles que compram veículos com um padrão diferente do Tipo 2 e CCS2 têm dificuldades para encontrar pontos de carregamento público.
Provavelmente, esse será o caminho a ser seguido pelos veículos que circulam aqui.
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Quais são os principais desafios hoje?
O Brasil ainda possui pouca infraestrutura de carregamento público, e os pontos existentes são em sua maioria de «carregamento lento«.
Recentemente, foram instalados alguns modelos rápidos, mas ainda faltam produtos que ofereçam um carregamento ultrarrápido.
A Siemens entende que esse é o ponto que ajuda muito na adoção de veículos elétricos, tornando a experiência de carregamento o mais próxima possível da experiência que temos ao abastecer um veículo a combustão.
Também é possível observar que os veículos novos suportam cada vez mais carregamentos mais rápidos, o que torna cada vez mais fácil viajar entre cidades com a possibilidade de carregar toda a bateria em questão de minutos.
A recarga é rentável hoje?
O Brasil tem mais de 85% de sua geração de energia «verde», e sabemos que esse número tende a aumentar ainda mais com o aumento de projetos de geração solar e eólica.
Ao comparar o custo por quilowatt-hora (kWh) com o custo do combustível, observamos uma redução de mais de 60% no valor em reais por quilômetro percorrido.
Por exemplo, se um veículo consome 8 km/litro de etanol e 6 km/kWh de eletricidade, isso significa que você gastará, considerando os preços de etanol e kWh em Jundiaí, R$0,15 por quilômetro em um veículo elétrico e R$0,42 por quilômetro em um veículo de combustão interna. Isso mostra uma grande diferença.
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