O Grande ABC paulista sofreu um impacto enorme nas últimas décadas com a migração de montadoras de automóveis para outras regiões com o fechamento de fábricas e a dispensa de milhares de trabalhadores.
Contudo, uma recente decisão do município de São Paulo de comprar somente ônibus elétricos modificou o panorama no mercado de ônibus do país, já que apenas a SP Trans tem nada menos que 15.000 veículos.
Isso fez com que marcas tradicionais como Mercedes-Benz e Scania corressem atrás da BYD, que era quem estava oferecendo esse tipo de veículo da Eletra, que recentemente inaugurou uma linha de produção em São Bernardo do Campo.
Das duas marcas europeias, a Scania ainda testa seu ônibus bem distante do Grande ABC, em Ilha Solteira, na divisa com o Mato Grosso do Sul, mas a Mercedes-Benz já tem seu modelo disponível, tanto para a capital paulista quanto para outras cidades, como Guarujá, no litoral paulista.
No entanto, o Grande ABC paulista quer ser um polo produtor de ônibus elétrico e, mesmo com Mercedes, Scania e Eletra, planeja dobrar as linhas de produção com marcas chinesas.
Conhecida no passado como a “Detroit brasileira”, São Bernardo do Campo deverá receber mais fábricas de ônibus elétricos, assim como possivelmente as vizinhas Diadema e Santo André, já que São Caetano do Sul não tem espaço para mais nada.
O sindicato dos metalúrgicos do ABC e as montadoras chinesas Chery, Beijing Peak Automotive e Sinomach, assinaram um memorando de intenções visando a produção de ônibus elétricos na região do ABC paulista, porém, com detalhes como investimentos e datas ainda em segredo.
Segundo a entidade que representa os metalúrgicos da região, o anúncio dos fabricantes chineses que de fato se instalarão na região será feito em breve.
Com as linhas de montagem, espera-se adiante que peças e componentes sejam feitos na região, já bem representada por um parque fabril de autopeças consolidado há décadas.