Brasil | Infraestructura de Carga
jueves 06 de julio de 2023
Indústria brasileira, aplicativo de gestão de carga e frota: eixos da Tupinambá Energia para crescer 300%
O mercado brasileiro de mobilidade elétrica está passando por um crescimento sem precedentes, e no centro dessa revolução está a Tupinambá Energia. Todos os detalhes neste artigo.
Tupinambá
Tupinambá Energia é uma referência no setor, com cerca de 10.000 usuários em sua plataforma.
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Tupinambá Energia se destaca no mercado nacional com uma plataforma de gerenciamento de recarga que garante o preço da energia utilizada e permite que os proprietários de estabelecimentos comerciais criem um modelo de negócio.

Clemente Gauer, consultor da Tupinambá Energia, conversa com o Portal Movilidad sobre os pontos-chave para o mercado de mobilidade elétrica e antecipa os planos da empresa. 

Em quais projetos vocês estão focados no curto prazo? 

Embora tenhamos uma história de sucesso e liderança junto à Raízen Shell, com quem operamos estações de recarga em vários países da América Latina, nosso foco atual é oferecer uma plataforma cada vez mais completa e versátil para nossos parceiros. 

Tupinamba

Clemente Gauer, consultor da Tupinambá Energia

Nesse sentido, estamos concentrando nossos esforços no desenvolvimento de software nativo em nosso aplicativo, que possui todas as características necessárias e específicas de nosso mercado.

Quais são as perspectivas de crescimento até 2024?

Nos últimos anos, tivemos um crescimento anual de 300% nas sessões de recarga e energia fornecida, e acreditamos que esse será o valor base esperado para os próximos anos.

O Brasil está apenas começando sua jornada na mobilidade elétrica, e entendemos que o grande impulsionador para sua adoção reside na melhoria da experiência do usuário.

Isso envolve a disponibilidade imediata de veículos e facilidade de recarga, tanto residencial quanto pública.

Em relação aos usuários, quais produtos eles estão procurando e quais são suas demandas?

A gestão do reabastecimento de carga para frotas é, sem dúvida, um dos produtos mais solicitados.

A Tupinambá oferece atualmente um conjunto completo de ferramentas que proporcionam aos gestores de frota uma visão sem precedentes, e para nós é importante verificar a qualidade da infraestrutura elétrica e fazer ajustes, se necessário.

Hoje em dia, é lucrativo eletrificar as frotas?

A justificativa para o custo total de uma frota elétrica é bastante ampla. No entanto, consideramos fatores como a redução drástica dos intervalos de manutenção como um ponto que geralmente não é levado em consideração.

As falhas devido a mau uso também são indicadores importantes e têm diminuído com a adoção dos veículos elétricos.

Permitir que os veículos sejam recarregados nos centros de distribuição também reduz a distância e a duração das rotas de entrega, além da complexidade financeira do abastecimento.

Em quanto tempo o investimento é recuperado?

Observamos períodos médios de amortização de 1 a 3 anos, que variam de acordo com o uso, a origem e o custo da energia, além da região.

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Em relação à infraestrutura atual de carga pública, que análise vocês fazem?

Ela está passando por transformações significativas para atender às demandas da mobilidade elétrica.

Embora ainda haja desafios a serem superados, acreditamos que há motivos para otimismo, pois o país está avançando na expansão da infraestrutura, incluindo o setor de transporte de mercadorias, por meio do estabelecimento de parcerias público-privadas e investimentos em estações de carregamento de alta potência ao longo de rotas estratégicas.

Essas parcerias, juntamente com a maior disponibilidade de pontos de carga, tornam a adoção de veículos elétricos no setor de transporte de mercadorias uma perspectiva promissora.

Em quais áreas vocês implantam sua tecnologia?

Somos um provedor de serviços para a mobilidade elétrica, um «EMSP», e nosso serviço é baseado na nuvem, por isso observamos que o uso de nossa plataforma está alinhado com o desenvolvimento das redes de recarga, com uma forte presença no sudeste e centro-oeste.

Além disso, temos registros de que nossa tecnologia já pode ser utilizada em nível nacional e internacional.

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Estações de carga onde a Tupinambá opera

Como foi a recepção do aplicativo de gestão de carga?

A recepção tem sido muito boa. Estamos nos aproximando de 10.000 usuários com alta satisfação e avaliações nas lojas de aplicativos, que consideramos ser a porta de entrada para nossa plataforma.

Os usuários podem pesquisar, reservar, iniciar o carregamento e efetuar o pagamento sem complicações.

Além disso, aceleramos o processo de registro, que costumava levar de 5 a 10 minutos, para apenas alguns segundos, permitindo o uso de credenciais da Apple e do Google, o que proporciona maior comodidade aos usuários.

Na Tupinambá, levamos em consideração que o tempo de nossos usuários é valioso, e a experiência do aplicativo está focada nisso.

Você acha que a cobrança de tarifa pelo uso dos carregadores deve ser regulamentada?

Vemos clareza na regulamentação da ANEEL, que permite que as redes de recarga explorem a cobrança por kWh, o que é muito positivo para o consumidor.

Embora ainda não haja consenso em relação à tributação, acreditamos que as características relacionadas à atividade de recarga devem ser resolvidas em breve.

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É necessário estabelecer uma regulamentação de padronização?

Pode ser cedo para regulamentar um serviço tão novo em nossa região, mas uma regulamentação adequada pode garantir a padronização, segurança e qualidade dos pontos de recarga, além de promover a concorrência justa e a transparência para os usuários.

Em primeiro lugar, a padronização é fundamental porque estabelece normas técnicas e protocolos de recarga uniformes para garantir a interoperabilidade entre diferentes fabricantes de veículos elétricos e provedores de infraestrutura, e não menos importante, permitir que os usuários tomem decisões informadas.

Nesse sentido, acreditamos que é necessário garantir o acesso e a disponibilidade com requisitos para sua distribuição em locais estratégicos, como áreas urbanas e rodovias.

Por fim, acreditamos que é importante considerar a integração dos pontos de recarga com a rede elétrica, estabelecendo diretrizes para sua conexão e gerenciamento inteligente de carga, além de incentivar o uso de energias renováveis.

O mercado brasileiro prefere tecnologia nacional ou internacional?

No contexto atual, é importante destacar que o país está em uma fase de desenvolvimento e expansão nesse setor, abrangendo vários aspectos, como equipamentos, software, veículos, modelos de negócios e parcerias.

Embora o Brasil esteja relativamente atrás de alguns países desenvolvidos, como os Estados Unidos e países europeus, em termos de disponibilidade de tecnologias avançadas, o país tem mostrado avanços significativos.

Várias empresas estão investindo em pesquisa e desenvolvimento, e ter referências do que deu certo ou errado fora do Brasil nos ajuda a entender o comportamento tanto do usuário quanto do mercado.

Acreditamos que isso nos ajuda a encontrar soluções para remediar ou antecipar possíveis problemas, e embora seja comum aproveitarmos soluções que funcionaram no exterior, ao longo do tempo a tendência é moldar a tecnologia de forma que se adapte às nossas necessidades.

Como você se posiciona em relação às tecnologias importadas?

Nossa tecnologia é desenvolvida 100% internamente.

Conhecemos boas ferramentas que são importadas, mas pensando em atender nosso mercado, que possui algumas características e peculiaridades, decidimos desenvolver algo que tenha nossa identidade e atenda às necessidades de nossos clientes.

Nossa plataforma possui todas as características básicas que qualquer outra plataforma importada oferece, mas com a adição de funcionalidades que se adaptam às particularidades que temos no Brasil.

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Como funciona a disponibilidade no mercado, considerando a predominância de marcas europeias e chinesas?

Atualmente, temos o conector europeu CCS Tipo 2 e o AC Tipo 2 como os mais populares no Brasil. O Tipo 2 permite o carregamento CA em sistemas trifásicos, comuns na Europa, uma característica extremamente conveniente também para o Brasil, onde muitas residências e complexos comerciais podem desfrutar de maior potência com menor corrente.

Já o padrão chinês GB/T é incomum para os veículos ocidentais, ainda um tanto peculiar no projeto de embalagem dos veículos, uma vez que no GBT são necessários dois plugues distintos para o carregamento CA e CC.

No CCS, por outro lado, temos CA e CC combinados em um único soquete, daí o nome «CCS» ou Sistema de Carga Combinada.

Em relação ao padrão de carregamento rápido CHAdeMO, observamos que está em declínio e já é incompatível com a maioria dos veículos e estações de carregamento.

Por sua vez, os padrões norte-americanos CCS 1 (SAE) e AC Tipo 1 J1772, assim como o NACS, não oferecem a possibilidade de carregamento CA em redes elétricas trifásicas, o que os coloca tecnicamente atrás do CCS2 em termos de adequação e benefícios para os brasileiros.

No ambiente residencial, quais tendências você observa?

É justamente nas residências que cerca de 80% dos proprietários de veículos elétricos realizam o carregamento. Vemos aí uma grande oportunidade de oferecer a continuidade da experiência que temos hoje em postos públicos e comerciais da Tupinambá, com toda a riqueza de recursos e relatórios de uso e sustentabilidade que oferecemos.

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