O Brasil não é exatamente o mercado mais popular dos carros elétricos hoje. Ainda assim, a tecnologia já está presente por aqui desde os anos 1970.
O pioneiro dos carros elétricos no país foi o engenheiro mecânico e eletricista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, também responsável pela primeira fabricante de automóveis totalmente brasileira.
A Gurgel nasceu em São Paulo no ano de 1969. Uma das grandes inovações da marca foi o Itaipu E150, o nome sugestivo não foi escolhido à toda. Se tratava do primeiro carro elétrico não só do Brasil, como de toda a América Latina.
Como era o Gurgel Itaipu
- Em 1974 o primeiro protótipo do carro foi revelado no tradicional Salão do Automóvel antes do lançamento em 1975.
- O “carrinho” leva apenas duas pessoas e abusa das linhas retas no visual (alguns dizem até que o modelo lembra um mini Cybertruck da Tesla).
- O veículo pesava apenas 460 kg, a maioria composto pelo pacote de baterias de 320 kg.
- Parece muito no papel, mas a capacidade de energia era de apenas 3,2 kW, o equivalente a 4,2 cavalos.
- Os primeiros modelos só atingiam 30 km/h, mais tarde a velocidade máxima subiu para 60 km/h.
- A autonomia também não era um forte do carro: 50 km por carga e dez horas para carregar.
No fim, a promessa de produção em larga escala nunca aconteceu. O modelo passou por problemas técnicos e logo parou de ser fabricado pela Gurgel. Hoje, os únicos 27 exemplares são raridade no mercado.
Hoje, o valor corrigido do Itaipu seria o mesmo de um popular moderno, na faixa dos R$ 60 mil.
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Nova tentativa nos anos 1980
- O sucessor do “carrinho” foi o furgão elétrico Itaipu E400, com 11 cv e 80 km de autonomia.
- A trajetória do irmão mais novo também foi curta e começou nos anos 1980.
- Depois de mil exemplares, o veículo saiu de linha em 1982.
Sem apoio do governo, a aposta no desenvolvimento de baterias mais eficientes e leves que as feitas de chumbo-ácido também não deu resultado, o que levou a Gurgel a desistir do plano de desenvolver novos carros elétricos no Brasil.
Fim da Gurgel
A marca ainda permanecei no mercado até fechar as portas em 1996 após a abertura para os importados e a forte concorrência no mercado nacional. Nos seus 27 anos de estrada, a empresa vendeu 30 mil automóveis.