Atualmente, a Audi Brasil tem uma gama de veículos elétricos, híbridos leves e plug-in disponíveis.
Dos primeiros, são cinco: e-tron, e-tron Sportback, e-tron S Sportback, RS e-tron GT e o RS e-tron, este último lançado recentemente.
Em entrevista ao Portal Movilidad, Daniel Rojas, presidente e CEO da Audi Brasil, detalha sua estratégia para a comercialização dos veículos e investimentos em infraestrutura de recarga.
Qual é a aceitação dos veículos elétricos disponíveis?
Estamos muito orgulhosos do desempenho do mercado de veículos elétricos no Brasil e a recepção do público é excelente.
Desde então, temos tido um crescimento gradual e constante, refletindo nosso portfólio diversificado e os investimentos feitos em infraestrutura de recarga.
Em 2022, alcançamos um feito histórico.
As vendas de veículos elétricos e híbridos atingiram um recorde de 912 unidades, contra 252 unidades em 2021 e 183 unidades em 2020. Até o momento, já vendemos mais de 2.000 veículos eletrificados no Brasil.
Vocês vão expandir o portfólio?
Um dos objetivos da marca é lançar 20 novos carros eletrificados globalmente até 2025, e o mercado brasileiro certamente será o alvo.
Qual é a sua opinião sobre uma possível estratégia nacional de mobilidade elétrica?
Acho que isso seria absolutamente benéfico.
Uma estratégia nacional de eletromobilidade deve incluir incentivos fiscais e governamentais.
Seria importante porque garantiria maior previsibilidade e suporte para um mercado em expansão.
Que benefícios isso traria para o mercado brasileiro?
Recentemente, o Governo do Estado de São Paulo considerou uma isenção estadual da cobrança do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) para veículos eletrificados.
Essa medida beneficia o mercado de eletromobilidade como um todo e serve de incentivo para que os fabricantes de automóveis continuem investindo não apenas em produtos, mas também em infraestrutura de recarga.
Que outras oportunidades de negócios estão sendo visadas?
Estamos avaliando a possibilidade de instalar hubs de carregamento como uma solução que permite o carregamento simultâneo e ultrarrápido de várias unidades em um espaço com área de estar e conforto.
Além disso, oferecemos opções de produtos eletrificados em nosso programa exclusivo de veículos por assinatura, o Audi Luxury Signature, para clientes que desejam conhecer a mobilidade elétrica sem necessariamente ter que comprá-la.
Em linha com a estratégia global «Vorsprung 2023», você acha que a meta de produzir carros elétricos no país pode ser alcançada até 2029?
Atualmente, os veículos elétricos representam menos de 10% do volume total de vendas da marca no país, o que torna a produção local inviável por enquanto.
No entanto, o número de vendas vem crescendo ano a ano e continuaremos investindo para fortalecer a eletromobilidade no Brasil.
A Audi tem metas globais de curto, médio e longo prazo para liderar o caminho da mobilidade com emissão zero. Entre elas está o lançamento de carros totalmente elétricos a partir de 2026.
Também estipula o fim de nossa produção de veículos a combustão em 2033.
Como o senhor avalia a infraestrutura de recarga de veículos elétricos no Brasil?
Acho que ainda temos um longo caminho a percorrer rumo à eletrificação, incluindo o fortalecimento da rede de infraestrutura. Continuaremos investindo em estações de recarga nos próximos anos.
Reforçaremos nossa missão de liderar a transição e planejamos expandir a presença de carregadores ultrarrápidos de 150 kW em nossa rede de revendedores.
Há alguns anos, havia apenas 15 deles. Desde então, a Audi Brasil tem investido constantemente na expansão dessa infraestrutura e hoje há pelo menos 60 postos ultrarrápidos.
Mais de 80% delas foram instaladas por empresas do Grupo ou pela Audi diretamente com a rede de concessionárias.
Audi Brasil desenvolveu redes de recarga com a EDP Como foi a experiência?
A colaboração com a Porsche começou em 2019, quando, juntamente com a Volkswagen, foi assinado um acordo com a EDP para desenvolver a primeira rede de carregadores ultrarrápidos no país.
Essa rede foi conectada a duas rodovias elétricas existentes para formar um corredor de mais de 2.500 quilômetros de extensão que interliga São Paulo, litoral norte de São Paulo, interior de São Paulo, Brasília, Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).
O projeto permitiu a instalação de 17 carregadores CC de 150 kW e uma estação de 350 kW localizada em Riviera de São Lourenço, no litoral de São Paulo.
Além de dois carregadores AC de 22kW por localidade. No total, foram investidos R$ 33 milhões no projeto.
Também se uniram à Raízen…
Sim, 20 estações de recarga serão instaladas na rede Shell de postos de gasolina públicos.
Elas estarão localizadas em rodovias que ligam cidades como Curitiba a Porto Alegre, Rio de Janeiro a Belo Horizonte e Brasília a Goiânia.
A nova rede será composta por carregadores rápidos de 150 kW, que carregam os veículos dos fabricantes alemães de 0% a 80% em aproximadamente 30 minutos.
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